Quem acompanhou a Seleção Brasileira Feminina de
Handebol nos Jogos Olímpicos de Londres certamente ficou com a sensação
de que o sexto lugar foi pouco para a qualidade de jogo apresentado
pelas jogadoras e a raça demonstrada por elas dentro de quadra. Mais do
que a classificação final, o desempenho das meninas comprovou o que já
havia sido mostrado no último Campeonato Mundial, em São Paulo, em
dezembro, quando o grupo chegou ao quinto lugar inédito: que o País
evoluiu na modalidade e já está no mesmo nível de potências como
Noruega, Montenegro, Croácia e Rússia. Além disso, a equipe contagiou a
todos e foi abraçada pela torcida, de perto ou de longe.
A campanha na capital inglesa superou o sétimo
lugar de Atenas-2004. Na primeira fase dos Jogos de Londres, o Brasil
teve a melhor campanha do Grupo A com quatro vitórias e apenas uma
derrota. O handebol já foi adotado pelos brasileiros como uma das
esperanças de medalha na Olimpíada do Rio de Janeiro-2016, tendo grande
acompanhamento do público e da mídia, provas de que o trabalho realizado
está no caminho certo. O bom momento vivido pela Seleção Feminina
deve-se a muitos fatores como fases de treinamento no exterior e o
convênio com a equipe Hypo, da Áustria, que conta com oito jogadoras
brasileiras no elenco. E o que contribuirá para alavancar ainda mais a
modalidade, de maneira geral, é o Centro Nacional de Desenvolvimento do
Handebol, em São Bernardo do Campo (SP), previsto para ficar pronto em
agosto de 2013.
"Definitivamente, está provado que o País tem
qualidade e condições de estar no topo do handebol mundial", ressaltou o
presidente da Confederação Brasileira (CBHb), Manoel Luiz Oliveira. "Há
pouco tempo, nós perdíamos da Noruega por uma diferença de, pelo menos,
dez gols e, neste ano, empatamos dois amistosos contra as norueguesas
e, nas quartas de final, perdemos por apenas dois gols. Tudo isso soma a
nosso favor e ficamos muito felizes", completou. Não só a Seleção
Feminina faz parte dessa evolução, mas também a equipe masculina, as
categorias de base e o beach handball. "Não podemos esquecer que fomos,
mais uma vez, campeões mundiais de handebol de areia neste ano, tanto no
masculino quanto no feminino. Por isso, vamos continuar com nosso
trabalho e, logicamente, fazer uma avaliação do que está faltando e o
que ainda temos que melhorar", acrescentou o dirigente.
A soma dos resultados deixa as jogadoras e a
comissão técnica, comandada pelo dinamarquês Morten Soubak, bastante
otimistas para o futuro. "Quando entrei na Seleção (2009), eu disse que o
primeiro objetivo seria chegar entre os oito melhores do Mundo. Sabia
que esse seria um processo longo e demorado e hoje chegamos. A nossa
melhora até aqui foi ainda mais positiva. No Mundial disputado no Brasil
tivemos a ideia de que podemos brigar com os melhores. Mostramos que
nós temos capacidade", disse o treinador. "Tínhamos o sonho de brigar
por uma medalha nessa Olimpíada, é claro. Mas esse sonho continua.
Estamos contentes por estarmos no caminho certo." Morten ressaltou o
talento dessa Seleção e o potencial de outras jogadoras que estão
espalhadas pelo Brasil. "Nós estamos com as portas abertas para
acrescentar atletas ao grupo e observar novos talentos. Existem muitas
jovens que querem mostrar seu potencial."
Fonte: brasilhandebol.com.br
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